Poemas : 

a vontade do arco

 
toda a frecha
só atinge o alvo
quando o arco quer repouso

se se perguntar à corda,
intensa,
porque existe

o silêncio ecoa,
o conto diz


Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

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Autor
Rogério Beça
 
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Enviado por Tópico
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Publicado: 08/02/2023 20:02  Atualizado: 08/02/2023 20:02
 Re: a vontade do arco


Giuseppe Ungaretti

27 de agosto de 1916


Destas casas
nada sobrou
senão alguns
pedaços de muro

De quantos
me foram próximos
nada sobrou
nem tanto

No coração porém
nenhuma cruz me falta

É o meu coração
a região mais destroçada



(tradução de Geraldo Holanda Cavalcanti)








Di queste case
non è rimasto
che qualche
brandello di muro

Di tanti
che mi corrispondevano
non è rimasto
neppure tanto

Ma nel cuore
nessuna croce manca

È il mio cuore
il paese più straziato