O que é a vida senão tem sentido de viver?
O que fazer com os pensamentos negativos?
Muitos que parecem viver estão mortos
Outros mortos deveriam estar vivos
E na eterna busca pela vida
A morte está a espreita se alimentando do nosso medo
Bufando em nosso cangote
Sussurrando que nossa hora irá chegar
E tudo não passa de ilusão.
Não adianta lutar contra o destino
Se não conseguimos falar o que pensamos
Porque estamos amordaçados
Mordaças invisíveis nos impedem de falar o que queremos
E seguimos a vida com muitas dificuldades
Ouvimos o que não queremos
Vemos o que não precisamos ver
E sentimos o que não gostaríamos de sentir
E quase nada parece fazer sentido algum.
A vida é um labirinto
E não sabemos o caminho a nossa frente
Nem as surpresas que nos esperam na próxima curva
E caminhamos a ermo no desespero
Na esperança de encontrar alguma coisa que faça sentido
Para nos libertarmos das mordaças invisíveis
Dos grilhões que nos prendem as ideologias
Aos discursos infundados de uma sociedade transviada
De onde tentamos fugir desesperadamente.
Não há muito o que possamos fazer
A não ser continuar caminhando no escuro
Quem sabe exista uma luz no fundo do túnel
Ou algum braço estendido nos esperando após a queda
Porque é impossível que não caíamos no abismo
Da desilusão ou no precipício da incerteza
Já que não podemos falar o que pensamos
Por causa das mordaças invisíveis que nos impedem
E a vida segue o seu curso sem discurso
Porque a próxima esquina nos espera bem ali.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense