Soneto da Meia Verdade
Mesmo sabendo, de apenas meia verdade
Que é a metade de uma gota de esperança
Onde eu estou de qual lado da balança?
Perdido estou em orgias na cidade!
Sou a perversidade intrínseca da minha herança
Infame e pernicioso vivo na leviandade
Contra mim construo a minha cruel vingança
E esmago com as mãos a minha felicidade
Foge-me o tempo e eu me suplanto
Como suplantar fosse apenas poesia
Mas nada nesta vida me serve de acalanto
Caminho sobre espinhos com falsa alegria
E quando paro e penso, no entanto
Lagrimas encharcam meus olhos, salgadas mas frias
Alexandre Montalvan
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