Cai a noite em sombra feia.
Esvai-se toda luminosidade.
Uma mão parda toca a esfericidade
Outra de tantas nuvens o ar semeia...
Frias ondas beijam a areia.
Um antigo deus altitonante
Fogo nas nuvens cinzas ateia
Detrás das montanhas lá adiante.
Em mim, céu sombrio sem estrelas;
Restos de luzes fracas, desmaiadas;
Fazendo minhas lágrimas prateadas
Do pensamento de não mais vê-la...
São fontes cristalinas o meu pranto,
Filhas dos frios rios de melancolia,
Que quero que essa noite dure tanto
Que nunca mais amanheça um novo dia!
Gyl Ferrys