As estrelas passeavam-se no escuro
Bailavam duas entre si em segredos
Que os putos traduziam aqui e por aí
Guardadas onde tudo era mais seguro
Longe de outros olhares e sem medos
Mas as pernas tremiam-lhe daqui e daí
O vento destapava as mãos e os passos
Que se entrelaçavam nos nós dos dedos
Dela e dele, eles deram o primeiro beijo
Enquanto a chuva lhes lavava os abraços
Escondidos entre utopia de dois rochedos
Cúmplices na inocência de outro desejo
Trocam entre ambos pequenas inverdades
Que lhes elevam o ego e o somam à idade
Olham os corpos estranhos que se mudam
Um contra o outro em uníssono, vaidades
Dois já que já não são dois, pura afinidade
Desses olhos ingénuos que se desnudam
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma