Nem um sorriso mesmo que disfarçado
Nem o olhar ameaçador
Tudo havia sido desfeito com o tempo
As promessas varridas para longe
E apenas a solidão podia ser sentida.
O tempo havia passado muito depressa
Os sonhos transformados em pesadelos
E ninguém parecia importar
Quando os sentimentos afloravam da alma
E escorria em lágrimas escondidas.
O amor que parecia tão verdadeiro
Não passara de uma falsa sensação
A saudade agora era tão presente
Que arrebentava o triste coração em pedaços
Como se fora apenas algo sem valor.
Por mais que desejasse ser lembrado
Fria era a compaixão que podia esperar
De alguém que já não tinha sentimento
De alguém que caminhava em sentido oposto
Para uma nova e incerta jornada.
O que resta ao coração dilacerado
É olhar para o horizonte e desejar
Que o tempo possa ser ser amigo e apagar
Toda dor que hoje estraçalha sua vida
Para que tenha o alento de uma nova esperança.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense