Desci ao fundo de um poço
num dia de sol para te ver,
Voltei a descer e a descer.
As escadas eram as mesmas,
Os ciúmes eram muitos e mesquinhos.
O que será que lá vi?
Quantas vezes as terás subido?
Quantas vezes tiveste prospeção
De como eu me sentia.
Quantas pedras me atiraste?
Não sinto raiva
Nem ódio,
Como já te disse um dia:
Apenas continuo por aqui, onde me deixaste,
Junto aos anjos que em mim acreditam,
Aqui a noite é escura
Tentei moldar todas as arestas
Das luas que não soubeste esperar
Ou não quiseste cuidar
E hoje apenas durmo.
O peso que trago
É demasiado para descer quaisquer escadas.
Ou até para acreditar que um dia as voltes a subir.