A morte tremeu diante de um Homem Baixou a cabeça com tristeza e chorou Olhou de soslaio a vida sua velha irmã Deixou Saramago escrever um epitáfio Ajoelhou-se perante o mesmo Homem Pediu-lhe indulto por quem não matou Encarcerou em infinito a esperança vã Acoitada entre pedras de seu cenotáfio
A morte tremeu diante d'outro Homem Deixa que esse Sol quente te adormeça A alma e o silêncio que te dão essa cor Pintada com o seu brilho incandescente Ajoelhou-se inerte perante igual Homem Não deixes que essa Lua fria esmoreça No lânguido corpo que te guarda a dor E o teu pensamento impuro e demente
A morte pereceu na vida deste Homem Balançou a terra nestas ondas do mar Que se deliciavam nos braços do vento Como se chamassem vidas esquecidas Ajoelhou-se perante mais um Homem No desejo ardente de quem quer amar Ser quem for num último esquecimento Ser de quem for em palavras esquecidas
«Oh Newton! Se com a extensão das tuas luzes e o teu sublime génio definiste o formato da Terra, eu concebo um projeto que envolve a tua própria descoberta."