era claro
dizia em monossílabos
vestia a mesma cor
nunca sabia onde doía a dor
para onde ia era raro
morava onde tudo mora
no seu relógio parado
o ponteiro dos segundos apontavam
o agora
portando
desconhecia a pressa
era o puzzle de uma peça
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.