Não podemos chorar agora
Nem mesmo se alegrar sem hora,
Para tudo nos é dado um tempo,
Mas de tempo não temos nada
Quando penso que não a ouço
Ela está me vendo no vento
No fim sei que ela é sempre tudo
E que eu nunca serei nada.
Sou mártir do teu sorriso
Alma da sua investida,
Gênio da sua lâmpada,
Filho do teu desejo,
Sonho em devaneio,
Monstro de lugar nenhum
De tantos mares o menor,
Das águas rasas o maior,
Sempre mais do que um,
Nunca deixando o comum.
Quero acabar minha escrita
Da forma que te alegra
Na fome do teu desejo
No ímpeto de tua vaidade
Sou apenas do vilarejo,
Da alta classe a minha beldade.
Mesmo dentro do sol,
Não sinto teu calor
Mas como um peixe no anzol
Lutará com todo o furor.
Te cansarei com as ondas
Fortes e impetuosas,
Em um doce vigor,
Ondas dos fortes e valentes
Dos quais fracos não têm valor
Se passar por todas elas
Verá de tudo o maior amor
Não eram ondas de resistência
Eram as ondas do meu amor.