As palavras derretiam no papel,
O alvo sustento que as aparava
Deliciava-se nu naquele vício
Com um ritmo de sabor a mel
A leve pena incolor, chorava
Letra após letra, grito após grito
Entre rimas substantivas e impropérios
O poeta serpenteava nos velhos verbos
E desenhava-os como um pintor expedito
Num estranho mundo feito de mistérios
Vagueavam ambos, poeta e palavra
No desejo de ser tudo ou ter nada
De nascer e viver sem ousar morrer
Terra rasgada pela a mão que a lavra
Restos de corpo e alma no fio da espada
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma