Enviado por | Tópico |
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visitante | Publicado: 15/12/2022 11:28 Atualizado: 15/12/2022 11:28 |
Re: luto por lutar
Poesia mais que encanto, verdadeira maravilha
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Enviado por | Tópico |
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Abissal | Publicado: 17/12/2022 23:03 Atualizado: 17/12/2022 23:03 |
Membro de honra
Usuário desde: 27/10/2021
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Re: luto por lutar
tenho pena que não escreva mais, gosto sempre muito de ler os seus poemas, como já lhe disse.
bom fim de semana. Abraço |
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Enviado por | Tópico |
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MarySSantos | Publicado: 19/12/2022 14:46 Atualizado: 19/12/2022 14:46 |
Usuário desde: 06/06/2012
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Mensagens: 5848
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Re: luto por lutar
às vezes o contexto que se apresenta
não incentiva o respirar. a coragem de continuar é do instinto de sobrevivência. |
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Enviado por | Tópico |
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Rogério Beça | Publicado: 26/01/2023 11:02 Atualizado: 26/01/2023 11:02 |
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Re: luto por lutar
Este título é muito enganador.
Tem uma das figuras de estilo (adoro criar coisas) mais estranhas, um defeito de linguagem, a ambiguidade. O autor, na sua capacidade que já nos habituou, poderá chamar de polissemia, se quiser. A ambiguidade pode surgir em palavras. Aqui o “Luto...” é a prova mais clara disso. Ela pode ser do verbo, que não carece de significado, ou do nome. Assim o leitor já tem duas hipóteses: ou luta, ou está de “luto...”. Um dos sinónimos mais improváveis e estranhos que conheço para luto é nojo. Portanto, e fazendo uso novamente da ambiguidade, meter nojo, é estar de “luto...”, perder alguém para a morte. Por isso, lutar ou enojar podem ser o mesmo! Como podem reparar, também me agradam silogismos. Nem sempre concordo com eles, por exemplo, eu gosto de um poema e um poema é bom, logo eu sou bom. É capaz de não ser bem assim... Acho que um poema é quase sempre uma revolução, um brinde à indiferença. Um anti-vazio. O título enquanto frase é também ambíguo. Porque ele é uma declaração de quase indiferença. Ou seja, o “fazer por fazer” é carente de objectivo, de ambição. É mecânico, envolve pouca paixão, quiça pensamento. Pode-se lutar para dignificar a luta, por desporto ou por dinheiro, como os boxers. Ou os gladiadores. Além de ambíguo é uma antítese. Quem faz um poema assim? Não este autor. De uma só estrofe, estamos perante uma esparsa de oito versos sem métrica declarada e com rima onde lhe apetece. Assim o que nos é proposto é ignorar a forma e reparar no conteúdo. Cheio de imagens ricas e variadas, o que salva o leitor é uma palavra que aparece no sexto verso que associamos ao luto, a “...viuvez...”. Talvez aí consigamos decidir qual o “luto...” a usar no título. Atenção, que existem outros versos cheios de significado que também nos levam por esse caminho, mas exigindo uma certa normalidade, de todas as expressões e palavras usada, apenas o viúvo faz o luto. Se começarmos pelo começo há no “...corpo furtado...” um indício de morte, no primeiro verso. Sendo a mesma um “...termo...” como nos diz o segundo. Não é difícil imaginar uma “...jarra vazia...” cheia de cinzas de crematório, em vez de flores. Sendo o sujeito poético uma cotovia fútil, ave cantadora que encanta, que dizer da sua mudez. Porquê muda? Porquê este adjectivo de superficialidade? Que morte é esta que atormenta o sujeito poético? A verbo capitular também pode ter vários sentidos, sendo que como estamos perante perante um exercício de escrita tem a graça de ser uma forma de fragmentar um texto longo (o capítulo), como o render-se, bem mais sério. Assim havendo uma rendição, o “luto por lutar” pode ser bem diferente. Ambíguo? Sem dúvida. Eliptíco? Certamente. Mas também áspero, com um sabor a rude, no limiar do prosaico, mas com uma qualidade que me deixa sempre desconcertado e raramente indiferente. Obrigado pela leitura Abraço irmão |
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