as lágrimas
já levaram-me para longe dos sorrisos
voltei
seguindo o rasto
salgado
que a tua pele
dedilhou
a dor
já feriu de morte o peito
reanimei o coração
reaprendo o compasso
dos passos
a cada regresso
a desesperança
já apagou as coordenadas do mapa
que levavam-me ao teu colo
acabei por equilibrar
as bailarinas
pernas
aproveitando o vento das marés
para manter de pé
o nosso reencontro
houve dias
em que “desistir”
tinha a forma de uma maçaneta de bronze
batava puxar e respirar
insisti em não sair de uma alagada alma
com todas as goteiras puxando os olhos
só por te amar