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Poemas
:
África e balança do meia-a-meia
Ó África, minha África,
África de hienas e Helenas
África de sol e praias.
África de embriagante maruvo
Ó África, no teu ventre-mãe,
Jazz infindável riqueza,
Riqueza adormecida
Pela mão sorna do teu povo
África de dendém e mulembas
África de ouro e petróleo
De calor e diamantes.
África de minas douradas
Ó áfrica minha,
Acorde do teu sono profundo,
E chame teus filhos pelo nome.
É hora de operar teu ventre-mãe
Se cuide, se cuide África minha,
Que o cirurgião não seja do lado de lá
Pra que o fruto do teu ventre
Não conheça a balança do meia-a-meia
Do lado de cá,
Há-de-haver cirurgiões nativos,
Acabados de acordar do sono profundo,
E olhos postos no evoluir das terras do lado de de lá
Acorde, acorde minha África,
De rica, tens tudo
E não feche meninas dos teus olhos
Perante olhares furtivos à tua barriga prenhe
A maternidade ainda está longe
Mas, hás-de parir mamã-África,
Do teu ventre brotará fartura,
E o olhar do teu povo
Ficará nas fronteiras do teu olhar
Adelino Gomes-nhaca
Adelino Gomes
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Autor
Upanhaca
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23/11/2022 12:07:31
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Enviado por
Tópico
Upanhaca
Publicado:
23/11/2022 12:11
Atualizado:
23/11/2022 12:11
Usuário desde:
21/01/2015
Localidade:
Lisboa/loures
Mensagens:
8422
Re: África e balança do meia-a-meia
Ó África,
África minha,
Todos os olhos do mundo
Se convergem no teu ventre-mãe,
Que tarda a conhecer bisturis do cirurgião,
Formatado pelas cacimbas do lado de cá.
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