Desesperado e totalmente desorientado
Caminhava como ébrio pelas ruas
Olhares a condená-lo pela sua insensatez
Pela loucura na qual deixara se enredar
Por ignorar todos as placas de avisos.
No olhar a angústia da desilusão
Os passos trôpegos e sem direção
Não deixava esconder toda a decepção com a vida
Com as escolhas mal feitas
E com a humilhação de desejar o impossível.
Uns poucos amigos tentaram em vão
Alertá-lo para o grande abismo
Que seus olhos insistentemente olhava
Ignorou todos os conselhos possíveis
Porque acreditava estar com a razão.
Uma temporada no inferno e nada mais
Era assim que estava se sentindo
Não existe alegria e nem mesmo esperança
Sem o brilho no olhar daquela que o inspira
Mas que não mais está disposta a voltar.
As noites são intermináveis e sombrias
Os dias torturantes e vazios
Porque não pode esconder a sua dor
Dos olhos carniceiros de todos que o desprezam
Por ter entregando-se de tal forma ao sentimento.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense