Dispo-me do manto escarlate
Afugento a dor da saudade
E começo a caminhar outra vez
Não importa o que passou
Mas o que ainda tenho a descobrir.
A ilusão criada pelo olhar
Ergue ao som suave de uma canção
Torna-se miragem deslumbrante
Que ocupa todos os espaços da mente
E repousa silenciosa no coração.
Curo-me no que me interesso
Deixo o sol se por sobre minhas dúvidas
E vejo as estrelas brilharem
Tudo pode ser diferente se quiser
Porque a perspectiva pode mudar.
Quando galgo o espaço outrora vazio
Enxergo o que quero enxergar
Os meus olhos estão a contemplar
A beleza que existe no infinito
De onde eu vejo o desejo do coração.
A realidade não é um traço
Nem mesmo o espelho está quebrado
Tudo faz parte de um bem maior
Que no mundo inverso o louco verso
Tem uma rima diferente no final.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense