Eu permaneci na chuva, pois não consegui te alcançar.
A solidão é penumbra de teu corpo, em minha mente, despido.
Falhei em te substituir, e esse amor teve de ser contido.
Então me desfaço de você na taça onde tento te encontrar.
Tua rejeição me orienta, define quem sou e quem tento ser
Incompleto e perdido, me vendo nessa barganha delirante
E efêmera, pois tua ausência é uma verdade inquietante
Que me atira num calabouço de remorço por um dia te perder.
No teu deserto de incertezas, vaguei e nunca encontrei abrigo,
Só achei vaidade condescendente e indiferença comigo
Além de sonhos desfeitos e um vazio transbordante de você.
Hoje o sentir é sem gosto, e a saudade é meu motivo de existir
Dando rumo e propósito a esse dramático que não sabe desistir
Esse ninguém.. sem teu nada.. ainda busca um porquê.