Eu que nunca tive medo de andar sozinha, passei a andar com os vícios que nem me recordava que estavam lá. Passei a me esconder em sorrisos falsos, que nem sei mais diferenciar o que é real ou fingimento. Me afastei de tudo que me lembrava do amor, me fiz fria, como aquela geleira, e me passei a me expor mais.
Olha eu aqui, escrevendo meus defeitos como se não fossem nada, talvez hoje eu pago um pouco pelas loucuras passadas que fiz. Aquele coração bondoso que parti, ou aquela inocência que eu tirei.
Mas roubaram tudo de mim, hoje me olho no espelho e nem me reconheço, mas eu fui feliz, sem medo , sem aspas. Aquela alegria que era divertida hoje transformou-se em tristeza, eu nem me importo mais, fico rezando para que no dia seguinte eu não acorde, pois essa loucura, está me deixando mais maluca do que já sou. São aqueles gatilhos, aquela indecisão se vou ou fico, aí me perco na minha própria história.
Tenho meus desejos secretos, daqueles que não conto pra ninguém, segredos que ao estar sozinha, somos eu e eu. Sem aspas sem medo.
Mas tenho meu amor secreto, que parando para analisar, nem é tão secreto assim, mas tenho outro alguém que está sempre ali, não como eu gostaria que estivesse, mas está. Mas fico todos os dias me perguntando, se isso é amor ou uma mera competição, porque eu não me sinto estável e talvez isso tenha me feito mal. Mas aquele amor secreto, não é tão diferente assim, pois ela aparece quando enfim estou a esquecer, ela chega, me balança e me deixa cair. Acho que eu fui feita pra viver de despedidas. Não consigo ficar tanto tempo em um lugar onde não tem fogo. Gosto do impossível até faze-lo possível, e cara com ela foi mais que incrível.
Eu aprendi uma lição nesse tempo, não deixe pessoas confusas entrar na sua vida, elas costumam provocar o caos. Me recordei que todos os dias eu tinha um brilho diferente, alguém me viu, se importou, e depois me quebrou por inteiro. E aquele brilho que eu tanto preservava foi embora com ela, mas acho que tudo que vivi, foi coisa da minha cabeça, eu criei um personagem idealizei a pessoa mais perfeita e toda essa perfeição me corroeu.
Mas não é sobre isso, não só isso. É sobre você se resgatar todos os dias de uma situação que você próprio se colocou, eu tô aqui tentando colocar pontos finais em história que não tem mais enredos, e vírgulas em momentos que gostaria de viver de novo, nem que seja por um dia.
Se você soubesse que eu todos os dias olho para o céu e te imagino, que ouço sua risada, que revivo todos os momentos que fomos felizes, daquela alegria nos seus olhos, do seu toque nas minhas mãos. Mas você não existe mais, nem eu. Não existo, porque a escuridão já faz parte de mim, esses poemas , versos tristes, já fazem parte do eu que criei, e eu criei para ser forte, porque com toda essa escuridão só pensei em morte.
Então peço desculpas a mim, por não saber diferenciar o ser feliz do ser triste, se quero ajuda? Já quis um dia, mas me ajudar é se perder, e prefiro me perder na minha própria história sem finais felizes .
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Re: Indeferenca
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