Anda meu amor ver o segredo das folhas caídas, cantam o secreto aceso das saudades que se entranham como novelos de lã a tecer nas mãos o agasalho onde te guardo.
Vem comigo meu amor, sente as pétalas aveludadas das margaridas, acaricia-as nas tuas mãos e borda nos teus olhos a ternura refletida dos meus.
Sente meu amor, a verdade desta Luz ofuscante, sente em hino de reverência esta transparência, fecha os olhos e oferece-me em mímica a flor do teu olhar a orvalhar dentro do meu.
Quero das tuas mãos o sopro das margaridas,
essa flor de Luz a rasgar-me o peito, sussurra-me o teu amor e acorda em mim a melodia ditosa com que me reverencias a vida.
A tua voz meu amor, é como a melodia do silêncio, a percorrer-me a alma em arrepio, assim, a desvanecer-se por completo dentro do meu coração, dá-me as cores primaveris do teu amor e perfuma-me com a candura de todo o teu Ser.
Sente meu amor, a chuva bailar no meu rosto,
toca este tempo em abandono e deixa nos meus lábios o molde dos teus.
Alice Vaz de Barros
Alice Vaz De Barros