Não há silêncio que possa ofuscar
Ou esconder a dor da alma
Na manhã gélida do desconhecido
Onde habita a ignorância.
Há um choro velado
De alma solitária
Que lamenta as escondidas
De olhares furtivos no amanhecer.
Não há refúgio
Onde o cão e o lobo uivam para a lua
E nem esperança para os olhos castanhos
No vale da sombra da morte.
A caminhada é longa e difícil
Que parece até não ter fim
Mas, é preciso caminhar em passos largos
Para não ser consumido pela areia movediça.
Armadilhas estão às espreitas
E nunca sabemos ao certo onde elas estão.
Mas, é preciso dar o próximo passo
E acreditar que há uma campina
Depois daquela montanha.
Deixo minha alma voar
Como pássaros na alvorada
Que foram assustados pelo predador
E caminho na minha jornada eterna.
Sou a esperança em um mundo caótico
E não posso sucumbir às ameaças
Que tentam amedrontar-me
Para não chegar ao meu destino.
Mas eu sei que não estou sozinho
E, se não estou sozinho,
Tenho alguém para me ouvir.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense