Tudo está seguro ou nada se conforma?
Onde estamos colocando os nossos pés
É seguro para os colocarmos?
A fé dentro da extinção de todas as crenças
A ascensão dos mandatários engravatados
A imagem e a sua semelhança são a mesma coisa
Nós somos o caminho em movimento
Não há mais como parar o rolo compressor
Cérebros são esmagados sem piedade
E ninguém há que ouça os apelos de socorro.
O buraco é tão fundo
Que dá no fundo do abismo
Os lobos fazem a festa
Dançam nos templos sob luz colorida
E proferem suas inverdades
Setas venenosas contra os incautos.
Palavras testamentárias são proferidas
Mas ninguém dá ouvidos
Para o alerta de um atalaia solitário.
Preferem seguir a multidão
O tolo do apocalipse
O salvador do povo abobalhado
Que destila seus impropérios e é ovacionado
Porque acariciam os ouvidos de seus seguidores.
Não posso mais falar o que penso
Não posso elevar minha voz
Perguntas não trazem respostas
Estão tão cegos que não veem mais nada
Além do bezerro de ouro com sua faixa verde e amarela
Tudo é exterminado violentamente
A porta do céu, para eles,
É através dos portões do inferno
Onde Deus morre se não souber dançar.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense