Poemas : 

Estranho ano de 22

 
O ano não é de chumbo... penso!
O barulho não é os das botas
Batendo ao encontrar o asfalto
Ao arrancar dos batentes as portas, e
Ao deixar marcada a região glútea
Do cidadão... do bem... e do mal.

No ano que já está entrando no mês onze
O chumbo foi trocado pela caneta
Posta nas mãos sujas de homens bem vestidos
O barulho das botas igualmente, foi trocado
Pela fala macia da matilha encastelada
Mas mesmas salas onde as canetas são usadas
Nas portas das salas e nas regiões glúteas
Dos bem vestidos homens em Brasília
Não se cojita o assentar as botas.

Nesse ano o barulho é mais sútil
Ele vem do matraquear das falas
Das arbitrárias decisões
Dos supremos homens párias
Tribunais sem alma e sem calma
Federais tupiniquins...falange pastiche
(Falange pastiche..."roubei da Rita Lee).

O ano não é de chumbo... penso
Não se ouve a marcha das botas, mas
No ar, como que uma nuvem negra
Um miasma sufocante... denso e intenso
De um cheiro nauseabundo...podre.

Frente a frente dois "estranhos" .
Nesse ninho...nessa república de bananas
Um estranho destilando ódio igual
Outro igual destilando igual ódio
No meio disso uma claque aplaudindo
Carpideiras chorando...regiamente pagas
Homens bem e mal vestidos feito abutres
Ansiando pela carniça de um estranho
Lambendo antecipadamente os beiços
Pelo resto que virá das mesas do outro

Um diz...Brasil acima
Outro grita... sem medo

Me apontem 22 razões para ser feliz nesse ano que não é chumbo?

Me digam 13 razões para não ruir?








 
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PedroMG
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