o amor nunca deveria
sair das margens da poesia
nem que tivéssemos
que construir muros
á volta das palavras
no canto de cada frase
os poemas
mereceriam ser estéreis
incapazes de emanar
emoções
deveríamos escrever com luvas de aço
e uma cortina negra á volta do peito
“anti-estrela”
todos os vocábulos
deveria ser alvo
da charcutaria
todos os poetas presos
á sua agonia