Eu nem mesmo queria falar
O silêncio já estava de bom tamanho para mim mesmo
Só não sabia que não conseguiria
Porque as palavras escritas
Fluem pelas veias como essência de vida.
Um câncer toma conta da sociedade
Preconceito latente de pessoas doentes
Com corpos ocos infectados por vírus
Dominadas pelas mentiras de loucos parasitas
Destinadas ao abismo com eles.
Pequenas fagulhas secretas são inventadas
Com o objetivo de infectar as mentes inocentes
São tão sutis e ínfimas
Que não podem ser vistas se arrastando pelas esquinas
Até que grudam no cérebro e o corrompe.
Na correria frenética das grandes cidades
Barulhos ensurdecedores e ruídos manipulados
Gera um entorpecimento enfumaçado do ópio religioso
Misturado ao caos político e econômico
Que só pode culminar na paranoia que estamos presenciando.
Quem são os ratos que se escondem nos becos escuros?
Quem são as pessoas em seus gabinetes luxuosos?
Quem são esses que fabricam suas inverdades
E as soltam como grandes tentáculos
No objetivo de alcançar o maior número de incautos?
Nada é ficção neste momento
Uma grande serpente segue engolindo o horizonte
Um leviatã imenso paira sobre as metrópoles
Está diante de nossos olhos e não conseguimos ver
Porque nos falta a visão necessária do discernimento.
Os paletós já estão sendo fabricados
Uma nova jornada se apresenta diante dos orgulhosos
Os gabinetes seguem sendo preparados
Para receberem aqueles de olhos altivos
Gerados da alucinação desenfreada da democracia.
Um novo capítulo será escrito
De uma história que não nos orgulhamos de contar
Dos fantasmas pelos becos desérticos
Que esmagam até os ratos que ousam sair de seus esconderijos
Sem saberem que a imortalidade não está no coração deles.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense