AMOR
Amor!... Ai se eu fosse amor!
Instalaria a minha base no teu coração.
De lá partiria docemente na exploração
Do teu Corpo, passando pelas tuas artérias,
Por vielas e ruelas, admirando a tua beleza interior.
Visitar a central de todas as decisões.
Tentar compreender quando o amor vira paixão.
Tentar saber que quando se quer dizer sim, se diz não.
Mergulhar na nascente de água salgada
Onde os teus olhos a transformam em lágrimas,
Lágrimas de amor, de dor ou de emoção.
Poder, eu, instalado na retina dos teus olhos
Ver e apreciar a maneira como tu me vês,
Se com amor, com desdém ou com altivez.
Visitar o fole que te faz respirar, que te faz viver.
As tuas cordas vocais que murmuram palavras doces,
Palavras de amor, palavras de compreensão,
Palavras de desespero ou palavras de ilusão.
Visitar esse misterioso laboratório sensacional,
Onde a vida, começa a ter vida, é o começo do Natal.
Cansado de tanto viajar, voltaria ao teu coração,
Me instalaria definitivamente no cantinho da tentação.
A. da fonseca