O que te fizemos para penalizar-nos?
Foi inexistência de Bach ou Chopin em nossos domingos?
A ausência de citar Drumont nos bilhetes?
Foi o Merlot Português que não chegou as nossas taças?
Ou a nossa negligência quanto a Eros e Psiquê e O Beijo de Klimt?
Quem sabe Cronos se zangou pela forma que utilizávamos nossos dias?
Não há beleza nessa aliança com o destino e as escolhas, para nos deixar em suspensão por tanto...
Os nossos domingos se resumiam em poucas horas,
Nossos ouvidos se preenchiam com sussurros,
Meus bilhetes eram autorais,
Nos bastava água e suor,
E a obra se via materializava sob o colchão, em exposição quase como cerâmica nua,
O tempo em nós nunca dilatou, somente pupilas.