Poemas : 

Rendição ao tinir dos tostões

 
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Que doloroso
Galgar o monte
E ver o vento a soprar
Dos olhos que não seus!

Olhos vazios,
Olhos que dão nomes
Aos nomes
Que não são seus

Olhos de verdade gasta.
Olhos miúdos,
Escondidos atrás da razão,
Que a razão desconhece

Olhos do além-túmulo.
Oh, que vergonha!
A razão vive longe da verdade,
No dizer da gente do povo

Olhos veem a verdade
Coração regista a razão,
A alma rejeita o poder da decisão
E a verdade morre precoce

Viúva, vive a razão,
E de boca às mãos dos homens,
Vai-se pecando aqui e acolá
Sem mão dura da convalescente advocacia

E, dos olhos
Que não são seus nem meus,
Nasce impunidade às portas dos tribunais,
Rendidos ao tinir de tostões

Adelino Gomes-nhaca


Adelino Gomes

 
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Upanhaca
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Enviado por Tópico
Upanhaca
Publicado: 23/09/2022 19:25  Atualizado: 23/09/2022 19:25
Usuário desde: 21/01/2015
Localidade: Lisboa/loures
Mensagens: 8483
 Re: Rendição ao tinir dos tostões
A verdade de hoje,
baseia-se no fruto da cobiça
dum viver alcançado
à sombra do encontro das mãos

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