Teve dúvidas se era apenas um sonho
Ou se os deuses realmente estavam lá
Do alto eles olhavam a confusão
Riam dos burburinhos e desacertos
Debochavam dos humanos
Em sua eterna ignorância.
Não sabia ao certo se era a estrada a seguir
Apenas caminhou até o crepúsculo
Levado apenas pelo desejo dos pensamentos
Com a esperança em frangalhos
E nem notou as flores pelo caminho.
A eternidade parecia ser nada
Para quem desejava sonhar por muito tempo
Nem mesmo os sorrisos de felicidade
Das crianças que corriam pela campina
Poderia apagar as lembranças desse tempo.
No silêncio da noite escura
Em seu quarto sozinho a pensar
Podia ver a existência que passava
Tão fugaz como o vento que traz a tempestade
E deixa a destruição além de si.
O tempo agora já se foi
A velhice chegou com sua simpática presença
Dizendo que não outra saída
Porque estamos destinados ao fim
Que toda estrada um dia nos apresenta.
Em silêncio adormece na sua indignação
Sem saber que fez além do que imaginou
Não sabe que muito longe dali
O tempo corre tão devagar
Que eterniza suas memórias para sempre.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense