Sonetos : 

APARÊNCIAS

 
Sou como um cristal fino e brilhante,
Aparento o melhor dos sentimentos!
E no tilintar das palavras no tempo,
Meu peito inflama-se, vacilante...

Na poeira da sala fria e vazia,
Me conduzo à janela procurando o ar...
Minhas vestes tão alvas, mas tão frias!
Meu corpo disforme, sem caminhar...

No limite das horas, vou eu castrado,
Me confronto com os perigos vazios,
Meu semblante me torna ser ferido...

Conduzindo meu peito - um labirinto!
Na janela que está fincado o vício,
Aparento quem sou, um ser atado!



(Ledalge,2006)


"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)

 
Autor
Ledalge
Autor
 
Texto
Data
Leituras
775
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
3 pontos
3
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
RoqueSilveira
Publicado: 03/05/2008 16:29  Atualizado: 03/05/2008 16:29
Membro de honra
Usuário desde: 31/03/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 8112
 Re: APARÊNCIAS
Então, amiga poetisa,hoje está tudo ao contrário? Não acredito! Mas é o estado normal dos insatisfeitos! Por muito que façamos sentimo-nos assim muitas vezes! Beliiiissimo soneto.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 03/05/2008 17:55  Atualizado: 03/05/2008 17:55
 Re: APARÊNCIAS
Lindos versos, existencialismo puro....estamos atados pelo cordão sutil vital....tão frágil como esse cristal, tão brilhante como luzes de átomos que nascem das estrelas numa explosão cósmica!!! Adorei ler...

* Somos amigas por esse cordão sutil....bjs