Não lembra mais o que aconteceu?
Pensas ser muito sábio
Acredita em histórias de confabuladores
Bufões que batem a sua porta
Sanguessugas de animais peçonhentos
Que vagam pela escuridão
Espreitam os aposentos
Causam calafrios em corpos doentes
Jogados nas latrinas de banheiros públicos.
Esqueceu as promessas de outrora?
Tudo que jogaram em sua cara
Discursos eleitoreiros
Espantalhos absortos em suas missões
Ludibriar os incautos
Analfabetos políticos perdidos em suas redomas
Proferindo palavras vãs
Que transtornam as esperanças em sacrilégios.
Perdeu a capacidade de pensar?
Agora acredita em lobos
Nos discursos prolixos proferidos pela turba
Seguindo fielmente um mito
Que vocifera palavras esdrúxulas
Na perspectiva de levar consigo os fiéis
Parte de um rebanho que segue cegamente
Ideologias paternalistas de um tempo retrógrado.
Seu cérebro foi arrancado do crânio?
Acometido de uma amnésia profunda
Não lembras-te dos discursos profanos
Palavras proferidas nas madrugadas sombrias
Nos templos agora profanados por hipócritas sorridentes
Que tentam fisgar o maior número possível
De pessoas desorientadas que perambulam por ai
Como se não bastasse a tolice humana.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense