Ao meio do mundo,
Aqui estou eu ao fim da estrada,
Que direção se dá
Se volto para trás
E depois não posso regressar ao depois
Daquilo que já não fui,
Que nunca fui, nem posso voltar a ser.
Nada.
Entristece-me a razão de ser,
Ao pensar no que já fui
E naquilo que nunca consegui ser.
Há noite em mim;
Existe um silêncio maior que não me deixa dormir.
É a ausência de ti,
De ser feliz e me libertar
Tal igual fénix
De mitologia, criatura,
Milagre sem religião,
Sem barreiras num voo indeterminado
Mas ciente de rumo:
Para te encontrar. Somente para te encontrar.
Felicidade. De teu nome Felicidade.
E talvez Maria. Um dia já te chamei Maria, também...
Ainda hoje te espero.
Algures dentro de mim;
Em segredos profundos e quase esquecidos,
Empurrados ao fundo pelo que poderia ter sido,
O talvez, o quiçá quem sabe.
E quem sabe?
Ao fundo do recreio,
Na pequena cabana de madeira
Por ti espero a entrar pelo portão verde
A ti, liberdade.
Ao expoente da loucura
Te trago como uma luz ténue ao colo...
Uma luz apagada;
Mas somente minha.
A genialidade a que nunca tive.
Mas foi sempre minha de direito,
Como um trono de madeira seca.
Nunca minha, que somente um esboço do que nunca fui.
Hoje,
Ao centro do mundo, rodeado.
Isolado, não sei quem sou...