Poemas : 

De um tempo de aves

 






Há um livro pousado sobre a mesa
e uma voz que lhe chega de um tempo de aves
ateadas de luz.

Pedra solitária
desenha num gesto
um caminho de mar. E a penumbra

consente-lhe um sorriso de pétala
em que recolhe
o desvario de asas prometidas

num diálogo de sílabas proibidas.

Assim pensou
_ proibidas _
como um rasto de cinzas e de sombras
onde nada mais existe que o negrume dos reflexos
a morrerem de sede.






 
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maria.ana
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