Atendendo a pedidos,
olhei hoje para dentro de mim.
O que vi, escondido
nas dobras do meu intelecto,
causaram-me um espanto.
Descobri-me um velho chato,
ranzinza, pedante e ...
um tanto quanto bobo.
Confesso, não deveria
surpreender-me tanto
com o que vi nas dobras
dessa caixa chamadas cérebro;
afinal, sou fruto de uma geração
que ainda ouve Roberto Carlos
lê Carlos Drumond e Pablo Neruda.
Que procura nas salas de cinema
Orson Welles e Franco Zefirelli.
Esse tempo não é meu.
Sou de um tempo
cujas tardes eram esperadas
para o bom bate papo no portão.
Sou de um tempo onde
homens eram homens
com mentes e corpos serenos;
onde mulheres eram mulheres
com brilho nos olhos... brilho nos olhos.
enfim... olhei para dentro de mim
fiquei na duvida... será que morri?