Mundo líquido sem liquidez
Escorre por entre os dedos
Em direção ao abismo mais sombrio
Homens que não pensam, matam
Qualquer obra ou ser que os desagradam
Restou-se o vazio, esvaiu-se o sentido
Refletindo, pode ser parte de um grande ciclo
Ou tão somente estamos iludidos em nossos pedidos
Acreditando que os homens transcenderiam
Sua bestialidade interior após descobrirem
Números e poesias, estabilidade e alegria
Eis a maldição do destino
Os homens destroem tudo o que construíram
De músicas a arte, pela ganância e ideologia
A maternidades e lares, com bombas, com insensatez
Disputando, feito animais, pelo poder por poder
Mundo tão belo, e tão decepcionante
Polos se anulam, a buscar um ponto constante
Neste cenário tão incerto, poderei eu contemplar
Uma flor, em meio ao deserto, brotar
Eis a esperança, a última tempestade de ventos a realizar
O sonho que todo o grão de areia tem de voar