Na terra arrastada e vermelha
na sagração do pó
entoava rios e avançava
era noite sim,
noite não, quase um rito
ele cantava com uma boca
impossível e ficava a espera
duma brecha
duma aparição
visão dum anjo
na noite que caia
madrugada a dentro
perdido forjado de cinzas
mais alto cantava
pois queria a moça
então ela, na madrugada
escarrava seu arsenal de zinco
em risadas paralelas
e cerrava sua janela
a espera do silêncio
daquele vício
e nada mais lhe dava
além dos risos
E ria, risos e ritos
que ecoavam na terra vermelha
baldia
Na terra vermelha
vazia do cantar dele,
no grande terreiro,
na terra vermelha
vasta e silenciosa
Por Chris Fonte - Donzela do Gelo
Sou Mundos!
Chris