Poemas : 

As rosas não morrem quando colhidas

 







As rosas não morrem quando colhidas.
Abrem-se.
Como cofres de veludo.
Com rosto de seda com sede.
As rosas adornam o leito.
Como borboletas entre o trigo.
Abrem o rosto.
Como botões sobre o peito.

Com um rosto semelhante às brasas.
As rosas, numa tarde de verão
embebem quem as admira.
Com o prazer da música
e da oração.
Num limbo de amor e de vida.

As rosas não morrem quando colhidas.
Refletem uma lua vermelha.
Que em cada espanto
devora o cheiro.
Em lento rogo.
Pétala a pétala.
Na mais terrível floração do fogo.

As rosas não morrem quando colhidas.
As rosas abrem-se.
No momento,
dos terrenos férteis,
de noturnos sentidos.
Por serem flores, apenas dormindo.
Abrem-se.
Para existir o espasmo concebido.



























Zita Viegas















 
Autor
atizviegas68
 
Texto
Data
Leituras
951
Favoritos
2
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
26 pontos
4
3
2
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 20/07/2022 05:37  Atualizado: 20/07/2022 05:37
 Re: As rosas não morrem quando colhidas
Belíssimo poema, Zita!!!

Abraço!!


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 21/12/2022 10:50  Atualizado: 25/12/2022 17:38
 (O que se sente sem tempo)

Open in new window


(O que se sente sem tempo)


Sinto o pensamento, não a idade,
Que é o que se sente sem tempo
E eu sinto, a passar sem dizer nada,

Sem ele dar por mim, comandante
Desconhecido doutro antigo, absurdo
Contraditório, misterioso novo mundo




Joel Matos




Open in new window