Apesar da limitação imposta pela deficiência visual enxergava, com os olhos da alma, a beleza encoberta por preconceitos e descasos com pessoas, personagens, criativas e, talvez, um pouco deslocadas desta realidade, supostamente, sã.
Não tinha pacientes, apenas clientes reconhecidos pelos próprios nomes. Alguns, mais próximos, eram camafeus, guardados em seu coração.
Única mulher em sua classe, formou-se em medicina e especializou-se em psiquiatria. Por sua atuação política foi presa, pelo Estado Novo. Anistiada, revolucionou, humanizando, os “avançados” métodos de tratamento da sua época, que incluíam o eletrochoque e a lobotomia. Implementou a terapia laborativa com a implantação da Seção de Terapia Ocupacional no Centro Psiquiátrico Nacional, no Rio de Janeiro (atual Centro Psiquiátrico Pedro II), com oficinas e ateliês.
No ápice desta trajetória criou o centro de pesquisas: Museu de Imagens do Inconsciente reunindo, atualmente, mais de 350 mil obras de arte, entre esculturas e pinturas, de seus clientes.
Portanto, Nise da Silveira (1905-1999), merece ter seu nome inscrito no livro dos Heróis e Heroínas da Pátria do Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves.
Fonte:
http://mii2.hospedagemdesites.ws/