A rã coaxa aos ventos lá do fundo
e do alto de uma pedra se excita
pensa em várias rotações ao mundo
mas do charco à façanha só faz fita.
A rã coaxa alto, se lustra e incha
e vibra à sua roda para que a fitem
mas como ninguém nota, vai e pincha
remexe as ancas, e até faz tem tem
E como nada há que lhe dê glória,
enche o peito de sandice e a sorrir
salta p'ra lama coaxando vitória
cuidando que todos vão aplaudir.
A rã coaxa pedante e quer mais
uma ovação louca para se ufanar.
Ela não vê que é uma entre as demais
que foram ao sapal para coaxar.
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