Poemas : 

Soneto surreal

 
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Soneto Surreal

Quantas vozes na lassidão ouvia
Que falavam das vontades do corpo
E era o mesmo coração que batia
Bem lentamente no corpo de outro

Era a vertigem de não ser alguém
Em um sentimento de cruel ironia
O corpo se violava aqui e no além
Almas flanavam e o corpo arrepia

Vivia na patologia do absoluto
Um encarcerado implorando seu induto
Vermes verdes se contorcendo no quintal

Um disforme pomar cheio de frutos
Eram negros como a ponta dum charuto
Na sala de espera, uma atmosfera surreal

Alexandre Montalvan

 
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montalvan
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