Uma estante vazia de livros
Cheia de garrafas pela metade.
Transpira-se desejos proibidos
Passiveis de nenhuma penalidade.
Rodeado por sombras vivas
E um monte de gente morta,
A realidade se reafirma
Pela luz amarela, espremida sob a porta.
O sorriso no retrato
Esbanja ironia,
Vendo seres vivos contrariados
Mais mortos que a própria fotografia.
Os olhos viajam por todos os cantos
Desencantados com a rotina.
Sem tempo de sobra, para novos planos,
Os sonhos se acabam onde a vista termina.
Entorpecidos pelo perfume da saudade,
Voltam a si esbofeteados pelo espelho;
Para digerirem a verdade
Estampada em seus olhos vermelhos