seguia o trajeto dos pássaros
fazia de conta que tinha asas nos braços
lascava as pernas
naquelas terras
de searas velhas
naquela planície
[fora da gaiola]
sentia-se ave
com pernas altas
á solta
procurando
limpar
tristezas
sem sujar a roupa
um herói
que fez
dos tombos
regressos
tatuados
de sangue posto
sorrindo
ainda
com pedaços
de terra
nos bolsos
dos calções
um dia
não chegou a tempo
do lanche
nem do jantar
nunca mais chegou
para nos abraçar
meu mano…
o herói
que mudou
o peito
de lugar
sem levar
o coração
“Acredito que o céu pode ser realidade, mas levarei flores para o pai - Erotides ”