Hoje eu queria rasgar a alma
Dilacerar o coração
Me deu vontade alçar um voo permanente
Rumo a um mundo novo sem ilusão.
Encontrar em algum lugar
Um alento para um coração que ama loucamente
Entregar a vida a uma aventura nostálgica
E esquecer seus olhos negros que me deixa doente.
Mas não alcancei essa saída
Nem a paz que tanto desejava ter;
Na moldura sua fotografia
Escancarou minha dependência em você.
Mesmo que meus passos pudessem
Conduzir me a esse refúgio secreto
No escuro da caverna
O brilho seria esses olhos que me seguem de perto.
Segui o anseio da minha alma
E destruí-te no profundo de meu ser;
Quisera eu que ao acordar amanhã e
Já não me lembre da angústia que passei ao não te ver.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense