Adormeço meu corpo cansado e distante
no desassossego, das noites intemporais
se não fosse o amor de quem vai adiante
por sozinho, me daria, e às coisas casuais
Desassossego, desta alma que vai avante
mas que tende a suprimir-se, mais e mais
nesta enfermidade que tolhe de garante
todos, os que aí espreitem, a seus portais
E, o sono, oportuno, traz consigo boninas
jardins irreais; oh minha querida e amada
mulher, fala-me de teus olhos as meninas
porque sofre poeta e homem uma só dor
se é doutros, a dor que sente, mais nada?
Ah, porque tudo isto, se tenho teu amor!
Jorge Humberto
01/05/08