Parti de noite e vagueei pelos bares da cidade
Hoje vomito de novo e prevejo o amanhã
Mas o mero momento é a plenitude
Uma questão de atitude perante o que acontece
Nas ruas o teu cheiro conduz-me o caminho
E vou perseguindo o instinto
E entretanto bebo mais um copo e bafejo
Até criar uma nuvem de fumo para me camuflar
E passar despercebido ao teu lado
Vou cheirar o teu cabelo e morder o teu pescoço
E também vou pagar a despesa com uma despedida
Fugido de ti e de mim e do que não sei
Por onde ando eu…
Vejo a outra margem e assim fico, pensativo
Nunca estou bem onde estou
E lá estás tu de novo
Tenho que beber mais e mijar menos
Para te dizer pelo menos
O que me vai na telha
Enquanto me balanço com os decibéis
Tu danças para nós mas piscas o olho para mim
Espera
A oportunidade vai-se
Mas tu insistes em me perseguir
Sempre camuflada noutro traje, com outro penteado,
Mas magicada nas mesmas intenções
Na mesma poesia,
E então disse-te na cara
Que o mero momento ilude
E hoje vomito para ti
Enquanto volto a mim no meu regresso a casa.
Obrigado a tudo o que me inspira.