Terno era o meu sonhar,
Em que a idade não pesava,
A vida derivava de amores
No pólen das mais belas flores…
Mas o sonho rapidamente se desfez,
Quando a idade começou a pesar,
E então perdido buscava,
Na ilusão gélida da razão,
Algo que vingá-se
A agonia das dores…
Em vão…
E hoje,
Todos estes pesantes odores
Que fecundam a alma
Me dizem
Que murcharam todas as flores,
No jardim que um dia foi meu…
Paulo Alves