trago no olhar
o cansaço
de um amor
passado
que nunca passou
aquele amor
que nunca
deu
o primeiro passo
apenas gatinhou
ao contrário
da corrente dos braços
aquele amor
semiaberto
semifechado
pronto a brotar
o fruto
ainda raiz
na nudez
do tato
o nosso amor
retido
no sótão
do íntimo
revisitado
quando
o aperto do peito
nos faz
regressar
ao molde
dos passos
[a pares]
já agora …
queria tanto pedir-te…
mas não venhas …
não tragas esse olhar
de deusa
perdida em paris
deixa-me aqui
a sentir a noite a cair
deixa me aqui
a despejar os mares
na autoestrada do olhar
na desesperança
viril
deste lugar
tão pouco azulado
“Acredito que o céu pode ser realidade, mas levarei flores para o pai - Erotides ”