Emboscado em meus próprios versos te canto este poema
Embora preferisse ouvi-lo em tua doce voz como a lembro
Sonho petrificado nos recônditos de minha fértil memória
Desde que tatuaste teu cantar de rouxinol em minha pele
Tua lembrança vem e pulsa comigo, me domina os sentidos
Era tanta paixão tu e eu, que nem nos deixamos acreditar
Que o destino além da metafísica nos daria uma realidade
Mas, tudo que emerge causa conflito às forças primitivas
E a erva daninha teria que ser constantemente arrancada
Abrigar-nos em algum oásis perdido, pois corríamos riscos
Treitos ao que filósofos chamariam de velhas concepções
Mas, são pessoas imbuídas de inveja, olvidadas de paixões
Que agiam para nos saquear o sentido, fragmentariamente
Criando com sinistra estranheza a desordem e o desajuste
E, foi assim que imergidos no frio da escuridão de inverno
Levaram de mim teu calor mágico que irrigava as fantasias
Abstraídos da verdade desse amor tomamos outra estrada
Nosso olhar se esvaiu sobre os lados tenebrosos da cidade
Perdeu-se nossa alma larga, os suspiros da canção de amor
O que hoje há, é só um fiapo solto num novelo de mentiras
Um emaranhado dos gritos funestos das batalhas perdidas