Castraram-lhe o olhar
E de si todos os horizontes
Sentimentos, razões, chão
Toda a capacidade de perdoar
Ser puro como a água nas fontes
Aquele olhar sabor de limão
De mãos entrelaçadas junto ao peito
Fraque negro e calça vincada
Camisa branca claro, e gravata
Ali jazia num preparo sem jeito
Aquilo que já não valia nada
A vida que morre, a vida que mata
O vento pingava folhas já gastas
A chuva, grosseira, rasgava tudo
A força dos sonoros raios e trovões
Caídos no corpo como vergastas
Fazia o tempo surdo mudo
O resto eram grades, prisões
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma