Do nada surgia a ideia
E era como se já a houvesse formulado há anos
Os pensamentos
A imaginação que deixava navegar
O desejo mais profundo do coração
E os sonhos de uma viagem no interior de si mesmo.
O que eu poderia descrever
Se palavras apenas não servem
Para explicar a forma surreal do sentimento
Quando ele é apenas ilusão
O desejo de ser livre
Não passa de uma vontade idiota
Porque no fundo sente-se feliz na sua prisão.
Borboletas se misturam no jardim
Com as folhas das árvores
Que o vento até tentou levar quando caíram
E os segredos ficaram expostos
No olhar tão fugaz
Que tentou de todas as formas esconder.
O tempo é traiçoeiro com alguns
Que permanecem dormindo
Esperando que ao acordar tudo esteja ali
Quando, na verdade, o mal não dorme
E muitas coisas acontecem numa fração de minutos
Como o pensamento de agora
Não pode ser controlado.
Palavras são veículos
Que levam o pensamento além do coração
Até preencher o sorriso
Naquela que desejava ouvir boas novas
Como a flecha do cupido
Que voa, quase sempre, sem direção.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense