Poemas : 

a vulgaridade das giestas

 
nunca existiu adão
a primeira mulher
foi feita de pão, água
e assombro

paria como quem transpira
não sabia explicar
porque as ondas vêm e para onde vão
era só uma casa

aberta aos pardais
um corpo despido
que invadia as matas
tinha daqueles amores

de chave na porta
para quem trabalha com o silêncio
até o rumor de faúlhas
queima

se perguntavam se
não seria cedo demais
para a próxima páscoa
ela respondia com

a vulgaridade das giestas
come-se dizia come-se só
porque não se sabe quando
se volta a comer

amei-a um dia
enquanto o seu corpo caminhava
e ela seguia atrás

às vezes ainda regressa

 
Autor
Benjamin Pó
 
Texto
Data
Leituras
1351
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
10 pontos
0
1
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.